domingo, 20 de fevereiro de 2011

É aí que eu vou mesmo

O conheci despretenciosa e sem maquiagem. De cara, achei bonito que alguém se interessasse por mim daquele jeito, àquela hora da madrugada e num lugar tão cheio de coisas mais interessantes, tipo um copo de cerveja. É que era um daqueles dias em que você sai com as amigas pra esquecer um amor antigo e não está esperando que alguém lhe note, afinal, não é sua busca do dia...por isso foi engraçado e bonitinho.
Não foi das melhores coisas que já me aconteceram. A única originalidade do encontro, talvez tenha sido minha tentativa frustrada de lhe passar a perna que foi muito inteligentemente cortada pelo moço: eu pedi cinco minutos pra pensar. E essa foi a minha deixa para me afastar de fininho e ouvir o coro das minhas amigas sobre como eu era maluca por ter dado dez minutos de conversa pra ''aquele cara''. Até então ele não tinha nome. Era só o muito esquisito que me chamou pra dançar. Aí bebi mais. E superei rápido o constrangimento por estar achando ele interessante com suas risadas e suas insistentes investidas. E bebi mais ainda. Os tais cinco minutos se passaram. E lá veio ele. De novo. Sorrindo. Me olhando. Me puxando.Bebi mais. Fim de papo.
No dia seguinte, eu fui lembrada. Metralhada com ''Mas menina, você não sabe o que você fez...'' O primeiro comentário depois que você acorda de um sábado à noite não pode ser o mais confiável, pelo menos foi o que pensei enquanto tomava um café reforçado pra curar a ressaca.
No outro dia, novidade ''Rapaz, não acredito que você e o fulano... err.. vigi, menina! você não sabe, ele não presta''. Sob que aspectos, ele não presta? Pra quem? Resolvi ignorar isso também.
Depois veio o ''Não acredita no meu julgamento? Pergunta à ''Não-sei-quem''.. ele também acha esse cara um otário!''. O-tá-rio! Se essa palavra fosse proferida por quem eu achava que seria, eu enfiaria ela de volta pelo primeiro buraco que encontrasse, afinal como alguém machista, mimado e imbecil pode tachar outra pessoa de Otário? Cuspo na sua cara, seu merda. Aí eu o quê? Ignorei.
Mas a chuva de ''PUTA QUE PARIU SAI DAI MENINA, VOCE VAI MORRER!'' não parou, e vinha de todos os lados. Enquanto eu me aproximava do rapaz. Enquando eu me envolvia com o rapaz. E continuavam vindo. Enquanto ele me sorria bonito. E eram pessoas que apareciam sem que eu nem as conhecesse. Enquanto ele me parecia sensato, simpático e agradável.
Daí que juntando minha rebeldia -  auto-confiança, vontade de tomar minhas próprias decisões e aprender com meus proprios erros, facilidade de achar que todo mundo está mais é querendo se meter na minha vida e de provar que algumas pessoas são mal-quistas por coisas erradas e que podem mudar e que o céu é lindo, as flores cheirosas, Papai Noel existe e a esperança é a última que morre - com o cara mais ''problema'' do mundo: surgiu o relacionamento. Porque é quando você me diz que é uma encrenca, que não vai dar certo, que eu estou interpretando errado, que a casa vai cair a qualquer momento... que eu vou mesmo e faço! Ainda olho pra você de lá e lhe dou dedo do meio!
Resultado: TOMEI NO CU, obviamente.
E não virei menos cabeça-dura por isso, se você quiser saber...

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