sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Quando o certo dá errado

ato  # 1 - Nunca trair uma amiga
Minha então grande amiga, acabara de conhecer um Fulano bem apessoado e apos quase nenhuma palavra trocada se declarou perdidamente apaixonada por ele. Meu papel? Ajeitar o casal.

Serelepe que sou, me apresentei ao rapaz, conversei aleatoriedades e fui direto ao ponto pra ver se dava tempo de seguir normalmente com a minha vida sem encheção de saco:
-Ô Fulano, mas é o seguinte: eu me aproximei de você com um propósito.
-Então, eu deixei que você se aproximasse de mim com um propósito, também. -Nesse momento, eu dei minha batalha vencida, isso seria mais fácil do que eu pensei, afinal de contas, quem aí ainda não sacou que o proposito de fulano era SE DAR BEM com minha amiga? Ok, acertou quem ainda não sacou isso daí. Porque ele, de fato, queria se dar bem.. mas não com ela. Após eu soltar a ladainha do ''Então a beltrana tá totalmente na sua, sério.. só chegar'', o moço arregalou os olhos e disse:
-Mas eu não estou na dela. Estou na sua. EU-QUERO-VOCÊ.
Depois de minutos com a cabeça rodando, e de ponderar que o fulano era mesmo um fofinho, gente fina, e coisas assim... lembrei que ele não me agradava. Ele agradava a minha amiga e eu não era nenhum tipo de biscate. Deixei tudo isso claro pra ele, e fui-me embora, decidida a falar mal dele para a minha amigona do peito, camarada pra sempre.
Chego toda diva e digo a minha versão da história para a minha amiga (lembrando sempre de deixar o assunto ''ele deu em cima de mim'' de fora da conversa), e daí vem o radouken! Beltrana me lançou um olhar estranho e disse ''Mas, sinceramente, eu nunca gostei dele. Sério, eu poderia vê-lo com qualquer garota na rua e não sentir nada. Até mesmo se ela fosse você.''

E isso sem contar que dois anos depois a situação se inverteu e ninguém lá se importou com o que eu sentia. Beltrana foi afastada do cargo de grande amiga.

O que tudo isso nos ensina: Não devemos deixar de fazer as coisas de que temos vontade, mas é óbvio que devemos nos assegurar de que não estamos magoando entes queridos, pessoas amadas. E, claro, mais importante que tudo isso: DEVEMOS ESCOLHER AS MERDAS DOS NOSSOS AMIGOS, DIREITO! Afinal, se importar com quem realmente não se importa, é idiotice.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Eu não entendo, PORRA

Uma vez teve esse garoto, né, que pediu a um amigo pra me apresentar a ele. Primeiro que até onde eu sei, garotos não pedem para conhecer as garotas se eles não estão o mínimo que seja interessados nas beldades. Mas aí, ok, ele era bonitinho e eu fui serelepe conhecê-lo. Trocamos umas idéias e não passamos disso. Beleza, tava tímido né lindo?
No dia seguinte meu amigo me diz ''Negocinho me falou que teu papo é otimo. Você é uma garota que faz o tipo dele... acho que ele tá bem afim de você.'' Após ouvir isso pude ouvir o coro de ''Aleluia!'', e os sininhos da basílica, coisa e tal. Mas né, fui continuar minha existência esperando os próximos acontecimentos.

Nos falávamos todos os dias. Por horas. No msn, pessoalmente, na entrada dos lugares, nas esquinas que nos encontrávamos. Nos falávamos. Pois é. Só isso.
Fui ficando meio irritada e um pouco mais insinuante para ver se ele se tocava que quando eu dizia '' Oi '' se ele esforçasse um pouco podia ler nas entrelinhas um '' Meu bem, você vai perder uma garota dessas, vai? Bora, lindo, se declare logo aí, se jogue vá..'' (ok, não nesse tom piriguetesco, juro rs).

Mas aí o que acontece?
Um  dia, ele finalmente resolveu me vir com uma abordagem meio que da quinta série, mas eu achei bonitinha.
-Cara, to afinzão de uma menina.
-Tá é? -essa sou eu me fingindo de desentendida, APRENDAM!
-Tou, acho que você conhece...
- É, acho que conheço sim. -essa sou eu num momento pré-fail, OBSERVEM.
-Eu nem falei ainda. Rá. Então, eu meio que estou afim de chegar na Escrotildes. Você acha que eu tenho chances?

Depois disso eu meio que caí no chão e cavei um buraco profundo, onde entrei para nunca mais sair. Sinceramente eu não entendo até hoje porque raios o Negocinho agia dessa forma. Mas vai ver sou eu quem entende errado mesmo.  Pelo menos depois disso, compreendi que mesmo que pareça paixão quando um cara quer lhe conhecer, insiste num papo, quer te ver todos os dias e lhe abraça apertado, às vezes nem é, colega. Às vezes é só amizade mesmo. E nem sempre isso é ruim. Juro.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

De mãos dadas e na porta de casa

Quando eu fiz doze anos, minha mãe me chamou no quarto e me contou a ladainha de coisas que aconteceriam, assim que eu menstruasse, daí que ela aproveitou o gancho pra me falar sobre garotos e sobre namorinhos. Mamãe deixou claro que eu só podia me relacionar com rapazes ''direitos'' e que meu namoro tinha que ser ''na porta de casa'' sob sua vista grossissima. Eu ri da cara dela, porque sinceramente, eu não achava que fosse arranjar um namorado tão cedo. Não numa época em que eu usava blusa preta o tempo inteiro, lápis de olho muito forte o dia inteiro, ouvia Linkin Park e dava uma de rebelde full time, tratando todos com desprezo.
Mas não é que um dia eu estava andando pelo pátio e um rapaz de cabelos muito cacheados e aparência engraçada puxou papo comigo? Ele era legal, e mais velho. Ou seja. Daí eu fiquei empolgada e voltei pra contar pras amigas.
Veio a bomba: AQUELE ALI É O VALENTÃO DO COLÉGIO! ELE NÃO PRESTA, ELE É MAU! SE AFASTA DELE!
Cheguei em casa, contei pra mamãe e para o meu espanto ela sorriu e disse ''Vá em frente, minha filha. Ele não deve ser tão mau assim..''
Ela acabara de cometer o maior erro de sua vida, porque até hoje eu tenho essa frase introjetada na minha cabeça, e a aplico sempre que um cara tem potencial concreto de acabar com a minha vida (mas discutimos isso mais tarde).
O fato é que eu e o valentão começamos a nos falar sempre. E nosso primeiro beijo, diferente do MEU primeiro beijo, teve tudo o que a gente espera de um. E meu coração saltou pra fora, dançou um mambo e cantou uma música. Eu estava realmente apaixonadinha pelo cara mais louco do colégio! Não é demais?
Depois do primeiro, vieram segundos, terceiros e milhares. Ele me pediu em namoro, conheceu a minha mãe -e a tornou fã incondicional dele- e passou a ir na minha casa todos os dias com seu sensacional meio de transporte modernissimo e alto-astral: Uma Bike.
Oito meses se passaram e nesse meio tempo eu ganhei um urso de pelúcia que hoje eu trato como objeto precioso por ser o meu único presente de namoro da história. Mas o valentão começou a ficar chato, grudendo e estranho. E eu comecei a perceber que ele era meio rude, meio feio, meu sem-sal, meio enjoativo, meio 'não-feito-pra-mim'.
Então eu terminei o relacionamento numa noite fria de março em que ele me trouxe um chocolatinho e me deu um abraço de saudades e me perguntou se eu estava bem.
''Não'', respondi. ''O que houve?'', perguntou inocente.
''Houve que eu não quero namorar mais. Não tô pronta, não sou madura. Não dá.''
Ele insistiu por dois minutos, deu-se por vencido e foi embora. Não antes de dizer ''Você tem certeza? Quando eu cruzar aquela esquina, eu não volto mais. Não te procuro mais, eu vou sumir da sua vida''.
Pra um cara, então com 16 anos isso havia sido muito profundo. Mas pra uma garota, então com 14, isso não havia significado nada. Eu acenei com a cabeça e o observei subir a ladeira empurrando sua bike. (E ele realmente sumiu depois disso!)

E assim  foi o meu primeiro namoro.

Eu gostei um pouco. E acredito que depois dele não tenha encontrado alguém tão paciente com esse meu jeito. Queria ter sido legal pra ele como ele foi pra mim.
O moço ali me ensinou coisas maravilhosas como: dar lixa com dois dedos da mão, contar piadas, me apaixonar por engenheiros do hawaii, ver beleza nas coisas e entender a maravilha de gestos simples como andar de mãos dadas voltando pra casa, e sentar na escada da minha casa pra analisar o céu no crepúsculo.
Pena que só entendi isso mais tarde.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A maldição do primeiro beijo

Eu não queria. Ele era feio. Eu não estava pronta. Eu tinha medo, vergonha, mania de perseguição. E eu já disse que ele era feio?
Mas mesmo assim, sob influência de minhas amigas, ameaça de tortura dos amigos dele, e medo de ser a única garotinha da escola que não havia beijado ainda AOS-ONZE-ANOS, eu fui. Sentei na beira da escada e o esperei pelo que pareceram cento-e-cinquenta-anos. Até lá eu já tinha vomitado metaforicamente umas duzentas vezes e me amaldiçoado quinhentas e sessenta, por ter entrado naquele infâme joguinho de verdade-ou-desafio.
Ele chegou com aquele sorriso realmente muito branco, aqueles braços realmente muito grandes e aquela boca realmente muito assustadora. Não disse nada, sentou do meu lado e ficamos assim por uns dez minutos até o silêncio ser quebrado pela voz do rapaz:
-E aí?
Eu engoli em seco, e uma bola de pêlos enganchou na minha garganta, só consegui dizer uma coisa que não-sei-direito-o-significado. O fato é que depois da minha palavra maldita, o rapaz virou meu rosto com tamanha volúpia e enfiou a extensão de sua língua dentro da minha boca.
E eu? Eu fiquei lá, imóvel, com a boca, os olhos, a mente, a vida, abertos. Ele fazia aqueles movimentos que o pessoal ousa chamar de beijo e eu continuava parada. Me puxou pra perto, eu fui.
De repente, ouço gritos. Olhos pros lados, e estão todos os coleguinhas com carinhas de risinho feliz gritando ''PEGOU! PEGOU! PEGOU!''.
Descemos as escadas, sentamos no chãozinho do pátio e demos inicio a uma nova rodada de verdade-ou-desafio.

Não teve abraço, pegada na mão, palavras bonitas, coração acelerando, arrepio, sorriso... nem sequer VONTADE!
Foi assim a minha iniciação na vida amorosa.

Eu odiei. E acredito que toda a merda tenha começado a partir daí.
Mas vamos que vamos, o pior ainda estava por vir.

domingo, 3 de outubro de 2010

Pra começar...

Eu sempre acreditei em amor, romances e coisas melosas. Mas acredito nisso, como alguém que acredita em papai noel, coelhinho da páscoa e bicho papão no telhado, se é que você consegue me entender. Nunca tive experiências reais de tudo isso que leio, ouço,vejo e até ouso escrever, e não posso dizer se isso me dói ou não, porque sinceramente, acredito que boa parte da culpa pra tudo em minha vida dar errado, fica comigo. Devo dizer que lendo isso aqui você não encontrará respostas e talvez fique é com milhares de perguntas, mas a graça mesmo está em notar que, caso sua vida seja uma merda, ela nunca, jamais, se igualará a minha no quesito ''falhas''.
Ao longo de alguns anos desde a minha (inusitada) iniciação na vida amorosa, tenho vivido coisas tão particulares, tão absurdas, tão constantemente bizarras, que hoje consigo parar pra lembrá-las com um sorriso bem largo no rosto e fazer até piada. Afinal, eu faço logo antes que algum comediante tente ganhar dinheiro às minhas custas.
Bom, eu só queria esclarescer algumas coisas antes de continuar a despejar esse bando de informações não requisitadas nas fuças de quem se atreveu a começar a me ler.
Não sou frustrada, não preciso de ajuda pra conhecer alguém e não acredito na necessidade vital de ter alguém a seu lado, apenas pra que cessem as perguntas e os constrangimentos. Vejo o envolvimento a longo prazo como uma coisa muito mais séria do que a maneira como é tratado. Não quero ao meu lado alguém com o qual não me sinta à vontade, descontraída e simplesmente feliz. Menos que isso não quero, não procuro, não gosto e não estou afim.